
A Cadillac já não vive a mesma fase, como o leitor do WebMotors pôde acompanhar pela avaliação do modelo SRX. Conhecida por ser a rainha das inovações, a jóia mais preciosa da coroa da GM, ela caiu bastante nas mãos de administrações mais interessadas em redução de custos que em excelência e tradição, mas parece estar em franco processo de recuperação. O indicativo mais expressivo disso é o Provoq.Este utilitário é a quinta geração de modelos com pilha a combustível criados pela GM, uma dinastia que teve início com o AUTOnomy e prosseguimento com modelos como o revolucionário Hy-Wire. Apesar de significativo, o Provoq acaba mostrando, indiretamente, a desatenção com que a GM ainda trata a Cadillac. De todos os modelos com célula de combustível que a “Grande Mãe” já criou, só o quinto ostentou a marca. Pior: ele nada mais é do que uma evolução pequena do Sequel, um Chevrolet que, como bem explica o colunista José Luiz Vieira, fundiu o AUTOnomy e o Hy-Wire. De todo modo, é um progresso.Se fosse produzido em série, o Provoq se distinguiria muito pouco dos modelos atuais da Cadillac em termos de desenho. O novo estilo, já meio futurista e ousado, tornou o carro-conceito quase um modelo pré-série. É por dentro e por baixo do utilitário que se nota o quanto ele é revolucionário.Para começar, o “chassi skate” está lá. Essa estrutura contém toda a estrutura de tanques de hidrogênio, um dos motores (o dianteiro) e a bateria de íons de lítio. As pilhas a combustível propriamente ditas estão sob o capô do carro, onde normalmente iria o motor. Estão ali para que possam ser refrigeradas. A grade dianteira, aliás, se fecha em altas velocidades para melhorar a aerodinâmica e se abre em baixas velocidades, permitindo a ventilação das células.Com esse sistema, o carro consegue oferecer muito mais espaço para passageiros e bagagens. Além disso, a mesma base pode servir também a esportivos, carros de passeio comuns e por aí afora. O “chassi skate” se caracteriza pela versatilidade.O Provoq, assim como o Sequel, tem três motores, todos elétricos: o dianteiro, que vai dentro do chassi, e um motor dentro de cada roda traseira. As células de combustível podem fornecer a eles 88 kW, equivalentes a 120 cv. Para quem gosta de acelerar, os motores elétricos são uma maravilha. O Provoq vai até 100 km/h, partindo da imobilidade, em 8,5 s e chega à máxima de 160 km/h, assim como o Volvo ReCharge, outro modelo que promete revolucionar os transportes sobre rodas.A autonomia do Cadillac é de 483 km, com 450 km provenientes dos tanques de hidrogênio, que levam apenas 6 kg do gás (à absurda pressão de 700 bar) e o restante das baterias de íons de lítio, que são recarregadas pelas pilhas a combustível. Não há a opção de carregar as baterias em uma tomada doméstica, como no Chevrolet Volt E-Flex, que deve começar a ser vendido em 2010.Além dessas características (as realmente importantes), o carro também conta com uma série de dispositivos de luxo, materiais reciclados em sua fabricação e outras perfumarias. O que o Provoq tem de mais fundamental é realmente o fato de ter um sistema inovador de propulsão e de colocar a Cadillac de volta ao papel que sempre lhe pertenceu. Melhor que isso, só se já estivesse à venda.
